Notícias SulAmérica
 
  Impactos da economia no segmento de seguro para Transporte

O Brasil é um país muito dependente do transporte rodoviário para suprir a demanda de distribuição de tudo que é produzido, seja para escoamento ou abastecimento de mercadorias.  Segundo dados da Fiesp, o Brasil tem a quinta maior malha rodoviária do mundo, com mais de 1,7 milhão de quilômetros.

Com a expectativa de crescimento do PIB de serviços – de 2,69-3,5% em 2012, 4,05% em 2013 e 4,154% em 2014 – e das exportações e importações que, devido principalmente ao preço das principais commodities, deve se manter elevado, a tendência é que o setor de transportes acompanhe este desempenho.

Com um cenário promissor, há uma demanda por proteção qualificada de tudo que é transportado. Segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), o mercado de seguros para Transporte cresceu 8,9% ao ano nos últimos cinco anos, atingindo R$ 2,2 bilhões em prêmios de seguro em 2011, considerando as expectativas de crescimento no PIB de serviços e o aumento nas exportações e importações, a tendência é que o crescimento se mantenha para os próximos três anos.

E a carteira de transportes também tem registrado bons resultados. Hoje observa-se uma melhora nos números da sinistralidade do mercado como um todo, impulsionado pelo aprimoramento no gerenciamento de risco das empresas. A taxa que era de 58,4% já está em 56,6%.

Conjuntura econômica

O segmento de transporte sofre quando a atividade econômica está enfraquecida, seja nos setores da indústria ou em commodities.  Segundo especialistas, o progresso do segmento este ano será marcado pelo sucesso da economia nacional que, apesar de fraco no primeiro trimestre, deverá mostrar sinais de melhora nos  meses subsequentes. Um dos motivos para este otimismo são os incentivos do governo brasileiro à indústria, principalmente no que diz repeito ao ciclo de queda da taxa de juros e desoneração da folha de pagamentos. Para Aloisio Campelo, coordenador da Sondagem da Indústria da FGV, a utilização da capacidade da indústria tende a aumentar no segundo semestre, à medida que a atividade industrial responder aos estímulos já concedidos.

Apesar desse cenário, especialistas garantem que as empresas de logística devem ainda mostrar dependência do segmento de transportes, não só para o transporte de curta distância, mas também devido à carência  de infraestrutura no Brasil. Prova disso são os dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que mostram que hoje mais de  60% das cargas transportadas pelo Brasil viajam exclusivamente por rodovias. Em 2010 65,6% da carga movimentada no país viajou pelas estradas brasileiras, volume 101% superiores ao de 2008. Isso representa para as empresas um gasto de 8,5% da receita líquida em logística, percentual que chega a 12% e 13% nos setores de bebidas e agronegócio.

Segundo a Fiesp, dos mais de 1,7 milhão de quilômetros de malha rodoviária somente 12% dela – pouco mais de 200 mil quilômetros – está pavimentada. “Deste percentual, 58% estão em condições precárias de conservação, de acordo com as últimas pesquisas publicadas”, diz Carlos Cavalcanti, diretor do departamento. Comparado com os outros membros do Brics, a Rússia tem mais de 600 mil quilômetros de rodovias pavimentadas, enquanto a China e a Índia têm, cada uma, em torno de 1,5 milhão de quilômetros de estradas asfaltadas.

 
Voltar